STF, a corte do crime

O Supremo Tribunal Federal acaba de dar carta-branca para que bandidos continuem a postular cargos de poder na República. É até bem consistente o argumento de que a vida pregressa não é determinante para que a pessoa permaneça eternamente com os mesmos defeitos e desqualificações. Bem como é também compreensível pensar na possibilidade de se cometer injustiças contra inocentes. Mas, como não se faz um omelete sem que se quebre alguns ovos, nada se sobrepõe ao direito da sociedade de exigir ideoneidade dos candidatos a cargos públicos ou o de ter entre suas opções de voto apenas pessoas sobre as quais não recaia suspeita alguma.

Mas, como a História recente já mostrou, não se monta uma rede de corrupção consistente no âmago do Estado sem a conivência de um Poder Judiciário ativo e engajado. No Brasil, nossa Suprema Corte perdeu a vergonha e age agora a céu aberto, sem escrúpulo algum. Recentemente impediu que o banqueiro Daniel Dantas permanecesse trancafiado e hoje (06/08/2008) confirmou a decisão do STJ de não proibir que pessoas sob suspeita ou que respondam a processos se candidatem a cargos no Poder Público.

Ou seja, se você é um bandido cheio da grana (sim, porque campanhas eleitorais são bastante caras, mas isso é algo que abordarei em outro post) e quiser uma boa e confortável imunidade parlamentar, as portas estão abertas. Como também estão para os que preferem a máquina do Executivo e suas apetitosas licitações.
A verdade que fica cada vez mais clara é que enquanto não houver uma reformulação de todo o Poder Judiciário nada mudará, de fato, no Brasil. Enquanto esses parasitas de toga vitalícios continuarem como o "braço-forte" do crime no Estado, nada seremos. Nunca.