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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Coca mata!!!!











SuposiCollor

Ratos de Porão

Composição: Gordo e Jão



É baixaria no congresso nacional
Liberou geral, vamos fuder
Pau no cú do povo que sofre
Sofre, sofre sem reclamar
Vamos roubar, vamos enriquecer
Muita farinha
Não se cheira pelo cú
Fantasma é mato
Grana suja de montão
SuposiCollor
Vamos lavar dinheiro
Dinheiro sujo e ilegal
Vamos gastar, vamos gastar a valer
E o povo que se foda, queremos é mais
Vamos cheirar, vamos enriquecer
Dois milhões de dólares, na minha conta apareceu
A minha sorte é divina
Um milagre aconteceu
Não tenho nada a ver com isso
Esse dinheiro nem é meu
Pois é...
Vão se fuder
É macumba da braba, pra se garantir
Pra não dar bandeira e ninguém descobrir
E o povo vai comer merda, tem que se danar
Vamos cheirar, vamos nos divertir !!!

ouça SuposiCollor

Leia aqui a matéria sobre os supositórios de cocaína

ou logo abaixo. Lembrando sempre que a revista Veja e o UOL não prestam!
Veja, 17 de março de 1993


Última pá de lama


Pedro Collor revela que o
ex-presidente consumia cocaína
no governo e aponta dois
casos de adultério de Rosane

Atingiu-se o fundo do pântano. Na sexta-feira passada, o repórter Teodomiro Braga, correspondente do Jornal do Brasil em Washington, iniciou a publicação de uma série de três entrevistas exclusivas em que Pedro Collor joga a última pá de lama na reputação de seu irmão, o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello. Em Miami, onde dá os toques finais a um livro sobre a quadrilha da Dinda, cujo lançamento está previsto para abril, Pedro Collor contou que:

• Fernando Collor pretendia separar-se de Rosane durante a crise conjugal de agosto de 1991. Desistiu porque a primeira-dama ameaçou desmascará-lo numa entrevista coletiva, contando que ela colocava supositórios de cocaína no presidente.

• A primeira-dama teve dois romances extraconjugais durante a passagem de seu marido pela Presidência. Grávida de um de seus amantes, Rosane teria feito um aborto.
• Collor é um marido violento. Em seu primeiro casamento, com a socialite Lilibeth Monteiro de Carvalho, chegou a espancá-la com tamanha fúria que a mulher foi obrigada a chamar um médico, pois ficara surda. Noutra ocasião, para escapar de uma surra, Rosane fugiu de casa.
• O ex-presidente teve um relacionamento homossexual com o empresário e deputado Paulo Octávio, do PRN de Brasília.
• No porão da Casa da Dinda, Collor e Rosane praticavam rituais de magia negra. Espetavam com agulhas bonecos representando seus adversários.

A entrevista de Pedro Collor ao Jornal do Brasil descreve um mundo lamentável, que provoca asco. Mas convém estudá-lo por inteiro. De 1989 a 1992 a população brasileira foi submetida a uma impostura chamada Fernando Collor de Mello. Uma parcela dessa fantasia, do estadista dinâmico, inimigo dos privilégios e da corrupção, foi desfeita no ano passado, com as investigações que levaram ao impeachment. A outra parte, do pai de família que acusou o adversário Luís Inácio Lula da Silva de tentar convencer uma namorada a fazer aborto, do temente a Deus que fazia cooper com camisetas dizendo "não" às drogas, começa a se desfazer agora.

As denúncias do irmão informam a população sobre o caráter e a personalidade do político que se tornou presidente da República com 35 milhões de votos. Colocam em discussão a atuação de empresários, políticos e dos órgãos de imprensa que ajudaram a forjar a imagem de Collor. Todos colaboraram para que só se conhecessem as virtudes de Collor. Seus defeitos só vieram à tona muito depois. A rigor, nem há novidades substanciais na entrevista de Pedro Collor ao JB. Seus principais temas - drogas, homossexualismo e caráter fraco - foram abordados pela revista dominical do jornal inglês The Sunday Times em janeiro de 1991. Explica-se: o repórter John Ryle publicou aquilo que ouviu de um punhado de grã-finos. Ou seja, a elite dava livre curso, encarava como verdadeiras as histórias horrorosas sobre o presidente. Agora que as virtudes se foram, o país realiza um doloroso acerto de contas com os defeitos de Fernando Collor.

Na sexta-feira, o presidente afastado divulgou um manifesto dirigido "à família brasileira". Plagiando a si próprio, ele diz que Pedro Collor sofre de "delírio paranóico" - argumento que perdeu a consistência depois que o irmão teve a humildade de submeter-se a um exame de sanidade mental e foi aprovado. Querendo colocar-se na posição de mártir, Collor diz que "levaram minha cidadania, minha alegria, minha paz". Também poderia ter lembrado que, enquanto isso, ele levou, segundo as contas modestas de seus advogados, 52 milhões de dólares da campanha presidencial. O ex-presidente também dirigiu um apelo "à responsabilidade dos que fazem a comunicação neste país para que não abram espaço a um sensacionalismo tão barato". É uma preocupação anacrônica. O ex-presidente teve uma boa oportunidade para evitar o "sensacionalismo barato" quando disse a Claudio Humberto Rosa e Silva, que publicou as suas declarações no livro Mil Dias de Solidão, que Thereza Collor, mulher de Pedro, teve um romance com um outro cunhado. Não há quaisquer evidências de que o romance ocorreu, e Fernando Collor não teve nenhum escrúpulo para fazer o seu ataque mentiroso. Foi o ataque de Collor que motivou a reação de Pedro. É uma vingança. Nem tudo o que ele disse pode ser verdade. Mas não custa lembrar que Pedro Collor nunca falhou. Tudo o que ele disse a VEJA, em maio de 1992, acabou sendo comprovado pela CPI e pelas investigações da Polícia Federal. A seguir, as cinco principais denúncias de Pedro Collor.

Cocaína no Planalto

De há muito há falatório associando Fernando Collor a drogas. Em Brasília, onde passou a juventude, Collor ganhou o apelido de "Fernandinho do Pó". Em Alagoas, quando era governador do Estado, políticos que freqüentavam seu gabinete tinham a convicção de que Collor era um usuário constante da droga, que, suspeitava-se, ficava guardada na parte de trás de sua poltrona. Na campanha presidencial, o pai de uma socialite carioca ligada às artes plásticas que mora nos Estados Unidos telefonou à filha recomendando que votasse no candidato do PRN. Ela respondeu que até que poderia votar nele, mas lembrou que Collor era o mesmo rapaz que, no passado, ele expulsara de casa por estar drogado. No ano passado, em sua entrevista a VEJA, Pedro Collor disse que o irmão consumira cocaína e LSD na adolescência, e que inclusive o iniciara no consumo de drogas. Perguntado se o presidente se drogava depois de chegar ao Planalto, Pedro respondeu: "Não sei". Agora, com sua memória seletiva, Pedro diz que sabe.

Segundo Pedro Collor, quem divulgou que Collor usava cocaína foi a primeira-dama, que, ameaçada por um pedido de divórcio durante a crise matrimonial do casal, resolveu chantagear o presidente. "Rosane disse a amigos que iria revelar à imprensa, entre outras coisas, que ela colocava supositórios com cocaína em Fernando", afirma Pedro Collor. "Ela falava que queria ver se ele tinha aquilo roxo para levar adiante a intenção do divórcio." Conforme o relato do irmão do ex-presidente, Rosane estava disposta a fazer a denúncia numa entrevista coletiva marcada para o dia 12 de agosto de 1991, poucos dias depois de Collor se apresentar em público sem a aliança do casamento. Na última hora, Rosane cancelou a entrevista e apenas concordou em mostrar sua aliança para fotógrafos e cinegrafistas. Para Pedro Collor, entre o anúncio da coletiva e seu cancelamento, a primeira-dama e o presidente negociaram a manutenção do casamento.

"Já vi vários casos de pessoas que tomaram cocaína com supositórios", afirma o farmacologista Fernando Varela de Carvalho, professor da Santa Casa de São Paulo. "Algumas tinham medo de Aids, e por isso abandonaram as seringas. Outras queriam esconder alguns sintomas do uso de cocaína, como a vasodilatação, que, em determinadas pessoas, faz verter sangue pelo nariz." Numa conversa descontraída, até o tesoureiro PC Farias contou que ouvira falar de viciados que usam supositórios para consumir cocaína. PC falou em tese, e em nenhum momento se referiu a seu amigo Fernando Collor.

Quando elaborou a lista de padrinhos de seu primeiro casamento, Collor não se esqueceu do advogado carioca Allan Mihai Fauru, que, mais tarde, foi indiciado como traficante em Maceió e condenado a seis meses de prisão. Com Fauru, veio também a mulher, Elizabeth Luporini, que, quando Collor se tornou presidente da República, foi empregada como secretária do embaixador Marcos Coimbra, cunhado e secretário da Presidência da República. As investigações da CPI descobriram que Luporini era dona do telefone que recebia o maior número de ligações da EPC, o bunker financeiro de PC Farias. Homem de confiança do presidente, a tal ponto que foi encarregado de sustentar a lorota uruguaia, o ex-secretário particular Cláudio Vieira tinha, entre seus assessores, um funcionário, Flávio Monteiro, investigado pela Polícia Federal por tráfico de drogas.

Adultérios de Rosane

O primeiro casamento de Collor, com Celi Elizabeth Monteiro de Carvalho, teve um final tão rumoroso que, temendo um escândalo, advogados de ambas as partes tomaram providências para que as salas dos tribunais não se transformassem na lavanderia de um inferno doméstico. Segundo Pedro Collor, depois do nascimento de Joaquim Pedro, o segundo filho do casal, o ex-presidente perdeu o interesse no relacionamento. Collor chegou a espancá-la, ausentava-se de casa com freqüência e levava uma vida promíscua com prostitutas em Maceió. "Depois de mais de dois anos de abstinência sexual, ela pediu a separação", diz. Conforme Pedro Collor, uma das marcas do segundo casamento do ex-presidente foram os adultérios de Rosane.

Um dos casos teria sido com o empresário carioca Júlio Lopes, dono do Centro Educacional da Lagoa. No mês passado, durante um jantar em Miami, o irmão do ex-presidente contou a Lopes que iria relatar o episódio em seu livro. "Pode pôr", disse ele. "Vai fazer bem para o meu currículo." Na sexta-feira passada, procurado por VEJA, o empresário garantiu que tudo não passou de uma brincadeira. "O Pedro interpretou mal", disse ele. Sua atitude em 1991, no entanto, era outra. Durante um jantar no restaurante Guimas, no Rio, onde o jornalista Luiz Gutemberg lançava seu livro Cadastro Geral dos Inimigos do Presidente, o empresário da noite Ricardo Amaral apresentou-o a diversas pessoas como "o namorado da primeira-dama". Na ocasião, Júlio Lopes não se queixou de que estava sendo mal interpretado. Lembrando um outro jantar, na casa de um amigo comum, Ricardo Amaral informou aos presentes que, desacompanhada, Rosane ficara o tempo inteiro com Lopes até que "os dois pombinhos terminaram a noite aos arrulhos de paixão". Segundo Pedro Collor, os dois tiveram outros encontros a sós. Confiante em seu prestígio junto à presidência da LBA, Lopes esteve em Brasília para uma audiência no gabinete da primeira-dama, à qual apresentou um projeto na área educacional que pretendia tocar com dinheiro público.

Outro nome ligado à crise do casamento de Collor e Rosane é o mineiro Luiz Mário de Pádua, que na época trabalhava no cerimonial do governo do Distrito Federal. Em sua entrevista, Pedro Collor conta que o presidente descobriu esse romance da mulher no dia em que a primeira-dama lhe comunicou que estava grávida. "Ele não podia ser o pai da criança porque fez vasectomia antes de casar com Rosane e não tinha contado para ela. Ele ficou furioso com a notícia, mas não falou nada para Rosane. No dia seguinte, chamou Eunícia (Eunícia Guimarães, a secretária da primeira-dama) e exigiu que ela lhe contasse a história da gravidez. E ficou sabendo de Luiz Mário", diz o irmão. Outro detalhe é que, segundo Pedro Collor, Ledinha, a irmã do presidente casada com o embaixador Marcos Coimbra, chegou a descobrir, numa joalheria de Brasília, que Rosane havia comprado um Rolex para dar de presente ao namorado.

Na sexta-feira passada, Luiz Mário desmentiu o romance e o relógio. "Tenho uma imitação de Rolex, que comprei com meu dinheiro, e possuo até a nota fiscal", disse. "Nunca tive nada com a primeira-dama. Essa é uma história absurda." A irmã Leda também nega. "Isso não tem o menor fundamento. Nunca fui a uma joalheria saber se Rosane havia comprado um relógio para dar de presente." Já a versão de Joyce Cardoso, amiga do ex-casal presidencial, tem algumas nuances. "Não posso dizer se tiveram um flerte", admite ela, antes de levantar uma dificuldade logística. "Mas caso mesmo, de dormir, acho impossível. Ela precisaria de um lugar para ir e aí eu saberia." A amiga Eunícia Guimarães diz que "jamais" esteve no Planalto para conversar com Collor sobre a gravidez de Rosane, mas acha que, de fato, é possível que a primeira-dama tenha demonstrado um interesse especial por Luiz Mário, na época. "Sentir atração, tudo bem", analisa Eunícia. "Mas daí a fazer alguma coisa vai uma grande distância."

Leleco Barbosa, um dos caciques colloridos do Rio de Janeiro, sustenta que a gravidez de Rosane chegou ao conhecimento de diversos amigos do casal. "Na época fiquei sabendo da conversa de Eunícia Guimarães com Collor e da história da vasectomia. Isso todo mundo soube", diz. Leleco só não soube do conteúdo da conversa da secretária de Rosane com o presidente. "Não sei, mas ela deve ter feito aborto, não é?", indaga. "Do aborto e da vasectomia eu não sabia, mas o caso com o mineiro e a história do relógio aconteceram de fato", diz uma integrante do clã Collor de Mello. "Dona Leda também ficou sabendo e, antes de adoecer, comentou barbarizada que não acreditava no que estava acontecendo", completa.

Luiz Mário deixou Brasília quando a crise do casamento presidencial estava no auge e só retornou depois da posse de Itamar, quando recebeu o posto de gerente de projetos do Ministério da Saúde. Sua saída da capital federal é um mistério até hoje. Ele tomou o rumo de Belo Horizonte sem avisar ninguém e, embora exista uma ponte aérea ligando as duas cidades, preferiu fazer a viagem, de 700 quilômetros, de automóvel. Por quê? "Eu estava saindo do trabalho, tinha um automóvel à disposição e preferi viajar assim", diz ele, singelamente. Existe outra explicação. O governador de Brasília, Joaquim Roriz, contou a um senador que Luiz Mário deixou a capital federal de automóvel para atender a um conselho seu. Segundo esse senador ouviu de Roriz, Collor telefonara ao governador, apoplético, dizendo que Luiz Mário deveria se afastar de Brasília no mesmo instante. Assustado, temendo até a fantasiosa possibilidade de que seu funcionário sofresse um atentado a caminho do aeroporto, Roriz recomendou a Luiz Mário que viajasse de carro.

Sexo e caráter

O inventário de aventuras extraconjugais de Fernando Collor foi feito por vários de seus amigos. Numa conversa com o presidente de uma grande estatal, sem que lhe fosse perguntado, o tesoureiro PC Farias contou que "o presidente está com uma menina". Em sua entrevista ao Jornal do Brasil, Pedro Collor disse que, quando era governador de Alagoas, o irmão teve um caso com Taís, mulher do porta-voz Claudio Humberto. "Ela era minha funcionária na TV Gazeta e vivia suspirando pelo Fernando", diz Pedro Collor. Claudio Humberto vai processá-lo. "Minha mulher nunca andou por aí mostrando as pernas. É uma coisa nojenta esse cafajeste querer usar a Taís para se vingar daquilo que o seu irmão disse."

Thereza Collor, por sua vez, insinua que Fernando Collor teve um caso com a atriz Cláudia Raia. "Ela fazia o tipo mulher aranha e vivia fazendo massagem nas costas do Fernando", disse Thereza. Segundo ela, certa noite, para facilitar a hospedagem de Cláudia Raia na Dinda, Collor providenciou acomodações improvisadas para seus dois filhos, Arnon Affonso e Joaquim Pedro, no porão da residência. Cláudia Raia desmente o romance e encarregou os amigos de negá-lo mais uma vez. "Ela faz massagem em todo mundo, até em mim", afirma o ator Eduardo Martini.

O caso, no entanto, é confirmado por um empresário de Brasília que há muito tempo mantém-se a par das intimidades do presidente. Segundo esse empresário amigo de Collor, o caso com Cláudia Raia é tão verdadeiro como é falso o romance de Collor com Celita Jackson, a relações-públicas do hotel Plaza, de Nova York. Rumores sobre esse envolvimento surgiram quando o presidente passou boa parte de um fim de semana no Plaza, trancado no quarto, e, depois de mandar um auxiliar dizer que estava assistindo a uma prova de Fórmula 1 pela TV, saiu perambulando de cabelo molhado pelo saguão perguntando aos repórteres quem tinha vencido a corrida. O amigo do presidente informa que Collor estava mesmo acompanhado, na ocasião, mas por uma escort girl que levou de Brasília. Permanece, ainda, o mistério Renata Scarpa, mulher do empresário-amigo Cidão Diniz, companhia no frenético réveillon de Angra dos Reis.

Deve-se ao livro de Claudio Humberto a confirmação, oficial, de que Collor tem um terceiro filho, James Fernando, nascido de uma aventura com uma garota de programa de Maceió, Jucineide Braz. James Fernando tem 12 anos. Collor foi capaz de manter sua existência em segredo até 1990. Poderia ter aproveitado a ocasião para assumir o menino, ainda que tardiamente, mas não o fez. Preferiu mentir e depois escondê-lo num apartamento no Recife, garantindo o silêncio de sua mãe com uma ajuda em dinheiro. Poucas atitudes revelam o caráter de um homem como sua postura diante de um filho inesperado. Collor sabe disso. Tanto que, na campanha presidencial, sua equipe de propaganda empenhou-se em denunciar que Luís Inácio Lula da Silva tinha uma filha fora do casamento, com a enfermeira Mirian Cordeiro. Hoje, constata-se uma diferença entre ambos. Lula reconheceu a filha logo que ela nasceu e, embora a mantivesse longe da curiosidade alheia, lhe deu seu nome e, depois de um período de afastamento, passou a tratá-la plenamente como filha. Collor nunca tratou James Fernando como filho. Em vez disso, enviava-lhe dinheiro.

O amigo Paulo Octávio

Pedro Collor insinua que Fernando Collor e o deputado Paulo Octávio tiveram um relacionamento homossexual. Aconselhado por advogados a evitar declarações que pudessem comprometê-lo, o irmão do ex-presidente faz a revelação medindo cada palavra. "No tempo de estudante, quando chegava em casa de madrugada, costumava encontrá-los trancados no quarto do Fernando", diz. "Fazendo o que eu não sei," acrescenta. "Do jeito que Pedro Collor está, quero ver o que vai contar na próxima vez. Quem sabe, conte quem era o ativo e quem era o passivo", afirma o deputado Paulo Octávio, casado, dois filhos. "Se eu era homossexual, por que ele me convidou para ser padrinho de seu casamento?" Quando Collor separou-se de sua primeira mulher, um general que serviu no SNI, hoje na reserva, recebeu como verídico o relato de que o divórcio se consumara no momento em que Lilibeth surpreendera o marido na cama, em companhia do amigo.

A xangozeira

Para cativar o eleitorado religioso, Collor adorava tirar fotografias ao lado de Frei Damião e de forrar seu gabinete com imagens sagradas. Nos jardins da Dinda instalou uma estátua de Nossa Senhora da Rosa Mística. O ex-presidente gostava de ajoelhar-se diante dela para filmagens produzidas especialmente para a TV. Para Pedro Collor tudo isso era teatro. Católico e neurolingüista nas horas vagas, segundo o irmão nos momentos difíceis Collor recrutava os serviços de uma certa dona Cecília, uma xangozeira - adepta de Xangô, na liturgia de umbanda - de Arapiraca, no interior de Alagoas. Aconselhado pela xangozeira, em diversas ocasiões Collor tomou banhos de ervas, destinados a afastar os maus espíritos. Segundo Pedro Collor, num desses rituais a primeira-dama chegou a lambuzar seu corpo de preto e vermelho e depois dançou no ritmo frenético de quem incorporou a pomba-gira, uma das entidades mais esquisitas do candomblé. Na véspera do impeachment, até o presidente teria incorporado um espírito, vestido de branco e rodopiando em volta de uma mesa de granito com retalhos de animais sacrificados por dona Cecília. "Eles fizeram tantos rituais desse tipo que numa época chegou-se a temer que não haveria mais bodes em Brasília e seriam obrigados a mandar trazê-los de outros lugares", relata um membro da família.

Numa outra parte da entrevista, Pedro Collor investe contra o cunhado Marcos Coimbra, o embaixador nulidade que estava entrando para a história devido a duas atitudes marcantes. Primeiro, ter mendigado uns caraminguás para PC Farias junto a Luís Octávio da Motta Veiga. Segundo, por ter se envolvido numa polêmica urinária. Ele disse a Claudio Humberto que Bernardo Cabral se sujou ao saber que perdera o cargo de ministro da Justiça. Depois, a pedido de Cabral, desdisse o que disse antes. Segundo Pedro Collor, Marcos Coimbra preferiu continuar usufruindo as mordomias de uma viagem com o presidente a acompanhar a agonia de seu filho Gastão, que morreu de câncer em 1991.

A briga entre os irmãos Collor parece não terminar nunca. Dificilmente, no entanto, descerá a níveis mais baixos. A grotesca lavagem de roupa suja, no entanto, teve sua serventia no passado e a terá no futuro. Foi ela que deu início à descoberta de quem era Fernando Collor: um presidente corrupto, um chefe de quadrilha que violava a Constituição e levava o país para o abismo. No futuro, ela servirá para que se tenha mais empenho em saber quem são os candidatos à Presidência da República. Se, em 1989, se soubesse um décimo do que se sabe hoje sobre o passado de Fernando Collor, dificilmente ele teria sido eleito. O Brasil não teria passado por dois anos de ruína e ladroagem.

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